Rio, 16/9/2003 (Agência Brasil - ABr) - O ex-presidente do Banco Central, Gustavo Loyola, disse acreditar que o Comitê de Política Monetária (Copom) baixará em dois pontos percentuais a taxa básica de juros (Selic), na reunião de hoje e amanhã.

Até o fim do ano, segundo Loyola, a taxa deverá estar em 18% anuais, contra os atuais 22%. Ele acrescentou que esta não é uma medida conservadora, mas cautelosa. "O processo de redução de juros é assim mesmo. Quando ele começa e as taxas estão muito acima da taxa de equilíbrio, o Banco Central pode reduzir mais rapidamente. À medida que se vai aproximando da taxa de equilíbrio, o BC tem que ir mais devagar. É claro que a taxa a 18% ainda vai estar alta, mas aí, no ano que vem, o Banco Central continua o processo de redução, só que não mais a dois pontos percentuais por mês. Ele pode reduzir meio, zero vinte e cinco, até chegar a 16%, 15,5% no final do ano que vem", afirmou.

Esta cautela é necessária, na opinião do ex-presidente do BC, para verificar os efeitos da queda sobre a inflação e sobre a taxa de câmbio. "O BC tem que monitorar uma série de variáveis", comentou, em palestra para empresários promovida pela Associação Comercial do Rio de Janeiro e pelo Banco Santos, na sede da Associação.