Brasília, 16/9/2003 (Agência Brasil - ABr) - Todos os anos, 14 milhões de pessoas morrem de infecções tratáveis e doenças parasitárias, totalizando um quarto de todas as mortes no mundo. Nesse sentido, um estudo recente indicou que as doenças tropicais correspondem a 10% das doenças globais, e que a dengue e a tuberculose têm sido consideradas, principalmente pelos países em desenvolvimento, como dos mais graves problemas de saúde pública.
Juntas, a dengue e a tuberculose, atingem mais de 200 milhões de pessoas em todo o mundo a cada ano. Sem uma intervenção concreta, a Organização Mundial da Saúde (OMS) avalia que surgirão no mundo todo mais de 1 bilhão de casos de tuberculose por volta do ano 2020 e mais de 50 milhões continuarão a ser infectadas pela dengue a cada ano.
Essas e outras questões da área de saúde estão em debate até amanhã no seminário internacional "Responsabilidade Social e Doenças Tropicais", que se realiza na sede da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), em Brasília. O encontro, realizado com o apoio da Embaixada da Suíça, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo ( Fapesp), do Instituto de Medicina Tropical (IMT), da Faculdade de Medicina da USP e do Instituto Ethos de Responsabilidade Social, objetiva discutir o papel e as iniciativas da Universidade, do estado e da indústria farmacêutica no combate às doenças negligenciadas.
A incidência global da dengue vem crescendo drasticamente e já é endêmica em mais de 100 países na África, nas Américas, na parte oriental do Mediterrâneo, e os surtos mais sérias foram detectados no Sudeste da Ásia e na região ocidental do Pacífico. Em 1995 foram notificados 592 mil casos de dengue. A OMS estima a ocorrência de 50 milhões de casos a cada ano, exigindo 500 mil internações. Aproximadamente dois quintos da população mundial correm o risco de contrair a dengue.