Rio, 15/9/2003 (Agência Brasil - ABr) - As vendas do comércio varejista caíram 4,36% em julho em relação a igual mês do ano passado. Esta foi a oitava queda consecutiva de vendas no setor. Nos primeiros sete meses de 2003, a taxa é de -5,42% e, nos últimos 12 meses, o acumulado está em - 3,47%.
A redução das vendas é um reflexo dos juros ainda elevados para alguns setores - como o automotivo, por exemplo -, do desemprego, da queda de renda do consumidor e do resquício da inflação do ano passado. Embora as vendas ainda estejam no vermelho, o ritmo de queda vem diminuindo desde maio, apoiado, segundo os técnicos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), por um quadro político e econômico mais favorável.
Já o faturamento do comércio permanece com resultados positivos, embora com crescimentos menores que os registrados nos últimos dois meses, pois a retração no consumo não permite o repasse integral dos aumentos dos produtos. Em julho, a receita nominal das vendas cresceu 14,14%, na comparação com igual período de 2002. No acumulado do ano, a variação é de 15,04% e, nos últimos 12 meses, a taxa é de 12,60%.
Esse foi o quinto mês consecutivo em que houve queda generalizada em todas as atividades pesquisadas pelo IBGE. O maior impacto negativo foi mais uma vez detectado na atividade de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-5,46%), que têm um peso maior na formação do índice. Em seguida vieram Demais artigos de uso pessoal e doméstico (-3,83%), Tecidos, vestuário e calçados (-6,20%), Combustíveis e lubrificantes (-2,43%) e Móveis e eletrodomésticos (-1,01%). Veículos, motos, partes e peças registrou a maior queda nominal, de -10,90, porque os efeitos da redução nas taxas de juros ainda não são evidentes no segmento.
Dos 27 estados pesquisados pelo IBGE, 22 apresentaram retração nas vendas em julho. Em São Paulo e no Rio de Janeiro as reduções nas vendas foram, respectivamente, de 4,38% e 7,09%, e explicam 63% da queda nacional do comércio, já que os dois estados são os de maior participação na receita nacional do setor. Somando-se as contribuições das taxas de Minas gerais (-3,77%), Rio Grande do Sul (-3,69%) e Pernambuco (-9,34%) chega-se a 80% da queda nacional.
Os cinco estados com crescimento no volume de vendas foram Rondônia (5,05%); Mato Grosso do Sul (3,14%); Goiás (2,47%); Amapá (2,24%); e Paraná (0,54%).