Presidente nega que reforma tributária vá onerar a produção

15/09/2003 - 13h12

Rosemary Amado e Cristina Índio
Repórteres da Agência Brasil

Rio - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva negou hoje que a reforma tributária vá onerar a produção no país. Ao participar da abertura da 37 Expoabras - Convenção Nacional de Supermercados, no Riocentro, o presidente disse que seria uma insanidade não desonerar a carga tributária.

Segundo o presidente, "seria insanidade uma pessoa que criticou o aumento da carga tributária de 25 para 36% permitir o aumento de impostos a partir da reforma". Lula se disse convencido de que a política tributária vai fazer justiça social no país. O presidente afirmou também que pretende fortalecer ainda mais o Mercosul e que espera que, até o fim do ano, possa trazer a Colômbia, a Venezuela e o Equador para fazerem parte do mercado.

Ele falou também sobre a reunião da Organização Mundial do Comércio (OMC), ocorrida na semana passada em Cancún, no México. De acordo com o presidente, o Brasil criou o G-21 (grupos dos países em desenvolvimento) para fazer frente aos desenvolvidos, como os Estados Unidos e os países da União Européia, que queriam aprovar suas políticas de subsídios na agricultura. "Nós não conseguimos aprovar o que queríamos, mas impedimos que os Estados Unidos e a União Européia aprovassem suas políticas de subsídios", destacou.

Lula informou que vai fazer uma viagem à Áfica no início de novembro e depois irá ao Oriente Médio. O objetivo é promover uma reunião, em maio do ano que vem, entre os países árabes e os da América do Sul, para abrir a possibilidade de negócios com o mundo árabe. "Não estamos esperando que as pessoas nos discubram e ficar brigando com os países em desenvolvimento, que são duros na negociação". O presidente previu ainda que este século será o momento em que a América do Sul deixará de ser símbolo da pobreza no mundo e conclamou os empresários a procurarem novos mercados de négocios.