Márcia de Toni
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O português Vitor Martins, ex-secretário de Estados dos Assuntos Europeus e consultor sênior do City Group, lamentou hoje que Portugal venha adotando uma postura tímida contra os subsídios agrícolas e barreiras alfandegárias da União Européia (UE), que dificultam a entrada de produtos brasileiros e do Cone Sul naquele mercado.
Durante conferência no Fórum Euro-Latino-Americano, hoje, na Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), Martins salientou que Portugal é favorável à flexibilização do comércio agrícola porque é um dos países que menos se utiliza da dos benefícios concedidos pela UE. Mas, segundo ele, Lisboa não tem se empenhado o suficiente pela abertura do mercado europeu aos produtos do Mercosul.
Na opinião do economista, Portugal poderia ser um eixo de interligação entre Brasil e União Européia, mas está faltando uma aproximação maior entre os dois países. Martins também criticou o Mercosul, dizendo que o bloco não conseguiu a coesão esperada e a meta de união aduaneira por causa das oscilações políticas e macroeconômica dos países membros. A própria UE, segundo ele, até hoje não conseguiu perceber devidamente a importância estratégica das negociações com o Mercosul.
O economista observou que há oportunidades de negócios benéficos para ambos os lados e uma complementariedade econômica entre os dois blocos, além de afinidades culturais e políticas que podem colaborar para essa união e para uma economia global mais "sã e equilibrada".