Controle de tuberculose indígena mobiliza Funasa

14/09/2003 - 11h33

Brasília, 14/9/2003 (Agência Brasil - ABr) - Hoje, cerca de 108,6 a cada cem mil habitantes indígenas estão infectados pela tuberculose. A escassez de meios de sobrevivência, como a caça, a pesca e a coleta, provocada pela diminuição dos territórios indígenas, a falta de saneamento básico e a desnutrição são alguns dos fatores que contribuem para a propagação da doença nas aldeias, segundo a Fundação Nacional de Saúde (Funasa).

Nos próximos quatro anos, a Funasa vai tentar reduzir em 30% a incidência de tuberculose bacifilífera – forma da doença diagnosticada no exame de escarro – entre a população indígena. Até 2006, estão previstos o treinamento de 590 profissionais em diagnóstico e tratamento precoce e a implantação de 54 centros de diagnóstico nas áreas indígenas.

O próximo treinamento será realizado em Belém (PA), de 16 a 19 deste mês, em uma oficina de trabalho com gestores dos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (Dseis). Realizada por meio do Departamento de Saúde Indígena (Desai), a oficina reunirá coordenadores de dez Dseis e gerentes das ações de controle da tuberculose em áreas indígenas. Os Dseis que participam da oficina – Alto Rio Purus, Alto Rio Solimões, Kaiapó/Pará, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Médio Rio Purus, Médio Rio Solimões, Rio Tapajós, Vilhena e Yanomami – registraram 67,8% do total de casos de tuberculose notificados em todo o país, apesar de representarem 37,9% da população indígena brasileira.