Lula diz que outro protótipo de VLS será testado ainda em seu governo

11/09/2003 - 13h36

Paula Medeiros
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, há pouco, que seu governo tem o compromisso de prosseguir no desenvolvimento do programa espacial brasileiro. Ele informou que o país deverá testar em Alcântara, ainda neste governo, outro protótipo do VLS (veículo lançador de satélites). "Faremos isso pelo futuro do nosso país e também para homenagear a memória dos 21 pesquisadores e técnicos que deram sua vida pelo desenvolvimento da tecnologia espacial brasileira", afirmou.

Lula chamou de pessimistas os que questionam a importância desse projeto. Segundo ele, se essa lógica prevalecer, o país não chegará a lugar algum, já que nunca houve uma grande invenção da humanidade que não trouxesse riscos, prejuízos e sacrifícios de pessoas. "Graças à continuidade dos programas, os homens conseguiram produzir coisas maravilhosas no século passado", disse ele.

O presidente participou, na manhã de hoje, da cerimônia de reinstalação do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia. Durante o evento, Lula se comprometeu a ampliar o investimento no setor, até o valor chegar a 2% do Produto Interno Bruto (PIB). "Não conheço nenhum país do mundo que tenha rompido as amarras do atraso sem investimento em ciência e tecnologia", ressaltou.

Ele disse que agora não pode mais prometer e tem de se dedicar a cumprir as promessas feitas no passado. "Esse é o fato ruim de perder muitas eleições, é porque você assume muitos compromissos", afirmou o presidente, que cobrou comprometimento de sua equipe de governo. Segundo Lula, muitas pessoas, depois que conseguem o cargo pretendido, não se dedicam a ele com o afinco necessário.

"Eu estou acostumado, na minha vida, a ver as pessoas brigando tanto para ser alguma coisa e, depois que o são, exercem 10% da energia com que brigaram para ser membro de um cargo. Isso acontece muito em partidos, sindicatos e movimentos sociais. As pessoas brigam, fazem guerra e, quando são eleitas, nunca mais aparecem", afirmou.