Brasília, 11/9/2003 (Agência Brasil - ABr) - O astrofísico e professor da Universidade de São Paulo (USP), João Steiner, foi escolhido presidente do conselho diretor do consórcio Soar, que tem por objetivo construir e operar um telescópio de 4,2 metros de altura a partir de abril de 2004. Depois da inauguração do telescópio Gemini, em janeiro, o próximo salto tecnológico da astronomia internacional será a inauguração de outro telescópio, o Soar, que terá 4,2 metros de altura. O consórcio é dirigido por um conselho de nove pessoas, sendo três brasileiros.
O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) tem 34% de participação. Do lado norte-americano, estão também no projeto a National Science Foundation (com 33% de participação), a Universidade da Carolina do Norte (19%) e a Universidade do Estado de Michigan (14%).
"A parte brasileira foi bancada pelo CNPq, que investiu US$ 10 milhões, e pela Fapesp, que financiou US$ 2 milhões", disse Steiner. O custo total, apenas da construção do telescópio Soar, é de US$ 28 milhões. Mais dinheiro será necessário para custear a operação do equipamento, que será montado próximo à cidade chilena de La Serena, no norte do país. Nessa fase, outras agências de fomento à pesquisa estaduais do Brasil também aportarão recursos.
De acordo com as regras de formação do consórcio, o Brasil terá direito a usar o equipamento em 31% do tempo disponível. Como o Chile tem direito a 10%, por receber o Soar em seu território, as entidades norte-americanas que participam do projeto partilharão os outros 59% do tempo que o Soar estiver em funcionamento.
"Ele vai rivalizar com o telescópio espacial Hubble em muitos aspectos", disse Steiner. Para o cientista, a astronomia nacional terá um instrumento que estará na vanguarda da pesquisa para os próximos 30 anos. "Este será o principal instrumento dos sete programas de pós-graduação em Astronomia existentes no país". (Agência Fapesp)