Agência Brasil com informações da CNN
Buenos Aires - Argentina e o Fundo Monetário Internacional(FMI) chegaram, nesta quarta-feira, a um acordo de ajuda financeira depois de o governo argentino ter declarado moratória ao deixar de pagar US$2,9 bilhões, uma das parcelas da dívida com o Fundo que vencia na terça-feira.
"O acordo já existe, mas o presidente (Néstor Kirchner) ainda não o assinou", disse uma fonte do governo , depois de uma longa reunião do presidente argentino com sua equipe de colaboradores mais próximos.
O pacto permitirá a reprogramação da dívida de US$ 12,5 bilhões que vencerá nos próximos três anos e abre um "guarda-chuva" protetor para o plano de reestruturação da dívida de US$ 90 bilhões com credores privados, plano esse que o governo pretende anunciar este mês.
Segundo a fonte oficial, o acordo não terá cronograma para aumento das tarifas de serviços públicos, hoje congeladas, e nem esquema de compensação aos bancos de US$ 2,6 bilhões pelos efeitos negativos da desvalorização da moeda, atendendo assim exigência do presidente Kirchner.
"Isso não vai mudar o clima de desconfiança a respeito da Argentina. Havia muitas dúvidas a respeito da seriedade da país", disse a uma emissora de rádio argentina, o ex-diretor para o Hemisfério Ocidental do FMI, Claudio Loser.
O acordo deverá ser analisado pela diretoria do FMI na sua provável reunião de sexta-feira, segundo espera o governo argentino.
Para que ele entre na pauta, no entanto, é preciso que os US$ 2,9 bilhões vencidos na última terça-feira sejam pagos, segundo explicou o porta-voz do organismo,Thomas Dawson, nessa quarta-feira.
Pelo acordo, a Argentina se compromete com um superávit de primário de 3% do Produto Interno Bruto em 2004, mas deixa para definir mais adiante as metas para os dois anos seguintes- 2005/06.
O FMI pretendia um aperto fiscal maior, mas a Argentina se negou a considerar essa possiblidade para não por em risco a recuperação da economia interna, que no primeiro semestre de 2003 cresceu 6,5%.