Brasília, 10/9/2003 (Agência Brasil - ABr) - Com a definição, pelo governo federal, do Dia do Cerrado, comemorado em 11 de setembro, em homenagem ao artista e ambientalista Ary Pára-Raios, o Zôo de Brasília oferecerá novos estímulos ao Lobo Guará e ao Bugio, animais típicos da região e ameaçados de extinção.

O objetivo é incentivar, em cativeiro, o comportamento natural dos animais para enriquecer o seu dia-a-dia e induzí-los a retomar os instintos, o que pode ajudar no processo de reprodução das espécies. O programa de enriquecimento ambiental é posto em prática no zôo, há mais de cinco anos, com a maioria das espécies.

Ao Lobo Guará (Chrysosyon brachyurus) e ao Bugio (Alouatta caraya) será oferecido o tipo de alimentação que eles encontram na natureza, a partir das 15h30, horário em que eles se encontram mais ativos. No cativeiro, eles se acostumam a receber a comida na hora certa, nos locais já conhecidos. Os lobos receberão o fruto da Lobeira (Solanum lycocarpum), árvore típica do Cerrado e que tem esse nome justamente por ser uma das preferidas deles. Estes animais disseminam as sementes da lobeira na natureza e a árvore ajuda na colonização de áreas degradadas, por exemplo.

Os biólogos perceberam que os animais, com esta novidade, aumentaram sua interação social e reagiram positivamente ao novo alimento. Os lobos guarás estão na lista do Ibama de animais ameaçados de extinção. O Zôo de Brasília já conseguiu reproduzi-los em cativeiro e tentará novamente repetir o feito.

Já no recinto dos bugios serão colocadas folhas de cedro (Cedrela fissilis) e de barriguda (Chorisia speciosa), árvores que também são encontradas no Cerrado e que agradam a esses macacos. A equipe do zôo plantou uma pequena "floresta" com as espécies de árvores mais apreciadas pelos animais em exposição.