Rio, 10/9/2003 (Agência Brasil - ABr) - A reforma tributária que está no Congresso impede o Brasil de firmar acordos no exterior, porque torna o país sem competitividade. A avaliação foi feita nesta capital pelo presidente da Associação Brasileira de Comércio Exterior (AEB), Benedicto Moreira. Segundo ele, a reforma eleva custos e onera a importação.
"Estão fazendo a reforma tributária sem atentar que o país, ao mesmo tempo, está em negociação internacional ampla. O governo fala em ampliar o leque de abertura e, por outro lado, o Congresso diz que vai cobrar impostos para atender a conveniências dos estados. É preciso fazer uma reforma que compatibilize o interesse nacional de desenvolvimento econômico com a nossa capacidade de competir no mundo cada vez mais bravo", afirmou.
O presidente da AEB disse que não adianta colocar controle nas importações, como prevê o projeto da reforma, aplicando imposto de importação sobre serviços e contribuições sociais, porque certamente haverá pressão na Organização Mundial de Comércio contra isso. A relação entre produção nacional e importação, que era de 6%, hoje é de 25%, disse Moreira.
Moreira acrescentou que uma mexida na taxa de câmbio provoca, em três meses, o chamado efeito bumerangue, ou seja, "bate na importação e aumenta o custo interno, neutralizando as vantagens da exportação". Para ele, em um processo de abertura, não se pode querer arrecadar mais para tocar programas em cima de recessão. Isso só funciona "em cima de crescimento econômico".