Brasília, 10/9/2003 (Agência Brasil - ABr) - Ao reafirmar que é preciso mais verba para a educação, o ministro da Educação, Cristovam Buarque, sugeriu hoje aos alunos de uma escola pública de ensino médio de Brasília que fizessem uma passeata até o Congresso Nacional para pedir mais recursos para o setor, já que o orçamento da União será votado até outubro. O ministro se comprometeu a informar aos alunos quando o orçamento será votado, para que eles organizem a passeata.

Cristovam explicou que fazer uma manifestação desse tipo faz parte da educação cívica do aluno. "E se nós não lutarmos para que se mantenha no Congresso o dinheiro que o governo mandou, é capaz de terem emendas de outros setores tirando o dinheiro que o governo do presidente Lula quer colocar na educação".

Em entrevista, o ministro negou que estivesse pedindo mais verbas para a pasta. "Este ano eu não peço mais dinheiro porque eu sou do governo e sei que é impossível. No próximo ano, eu sei que já foi um esforço muito grande colocar o aumento que nós vamos ter para 2004". Ele admitiu que não será em 2003 nem 2004 que o governo vai fazer a grande revolução que o Brasil precisa. Mas alertou que é preciso aumentar o investimento no setor pelos próximos 20 anos, para que o país cresça.

O ministro, que na manhã de hoje participou de um bate-papo com aproximadamente 400 alunos, afirmou que há 500 anos o Brasil finge que educa a população, mas tentou amenizar a declaração, completando que o "atual governo não quer mais fingir. Quer, de fato, educar".

Indagado pelos alunos sobre a política do governo para o setor, Cristovam informou que uma das propostas é tornar o ensino médio obrigatório e que o curso passaria de três para quatro anos. Explicou que com isso os alunos poderiam também aprender uma atividade profissional como mecânica, computação, teatro, entre outros.