Juliana Andrade
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A Secretaria Nacional de Segurança Púbica (Senasp) vai implantar, até o final do ano, um novo sistema de coleta de dados criminais. O projeto foi apresentado a representantes das secretarias estaduais de Segurança Pública e de organizações policiais, em workshop de dois dias que terminou hoje em Brasília. O objetivo é padronizar as classificações e registros de crimes nos estados para, a partir da análise desse banco de dados, aprimorar a definição de políticas públicas voltadas para a área de segurança.
Segundo o coordenador-geral de Pesquisa da Senasp, Marcelo Durante, o sistema atual esbarra em dificuldades decorrentes de diversidades regionais. No Amazonas, por exemplo, existe a categoria "homicídio por derrubada". Na verdade, o termo caracteriza a situação em que uma pessoa morre depois de ser atingida por uma árvore que caiu.
Marcelo Durante explicou que, dessa forma, muitas vezes a comparação de dados sobre a criminalidade fica prejudicada, uma vez que a Senasp tem que trabalhar com vários sistemas de classificação de delitos. "Da maneira como vinha sendo feito até então, quando fazíamos uma análise de incidência de homicídio em cada estado, não tínhamos a certeza de que estávamos comparando o mesmo conteúdo", observou. Segundo ele, essas dificuldades serão superadas com a implantação do novo sistema. "Temos que reunir as formas como cada estado classifica os seus delitos e traduzir isso numa linguagem comum, nacional, para então podermos comparar fenômenos", completou.
Durante destacou que, com as mudanças, a Senasp terá à sua disposição um sistema, e não um estoque de dados e de pesquisas feitas de forma aleatória. "A nova proposta avança no sentido de criar uma política clara de entrada e de saída de dados, de coleta e de divulgação de informações". De acordo com ele, os policiais serão treinados para poder usar o sistema.