Rio,9/9/2003(Agencia Brasil-ABR) – O levantamento do arresto da Eletronet - empresa de transmissão de dados - e a desobrigação da AES Tietê são duas condições para que o acordo previsto no memorando de entendimento firmado ontem entre o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social e a multinacional americana AES, controladora da Eletropaulo, seja fechado, disse hoje nesta capital o diretor financeiro do banco, Roberto Timótheo.
Ele revelou que o BNDES esteve na iminência ontem pela manhã de cancelar toda a operação, uma vez que foi informado de que os investidores americanos não concordaram com cláusula do memorando que estabelece que as ações da AES Tietê seriam dadas ao banco livres e desembaraçadas. Os papéis da companhia foram oferecidos como garantia de emissão no valor de cerca de US$ 300 milhões efetuada em 2001/2002 nos Estados Unidos.
A assinatura do memorando de entendimento estabelece que metade da dívida da AES com o BNDES, da ordem de U$1,2 bilhão, será transformado em capital de uma nova empresa, a Novacom,cujos sócios são o banco e a AES.
O memorando trouxe algumas vantagens para o BNDES, disse Roberto Timótheo. A primeira é a eliminação de intermediários no processo. Ou seja, a negociação é feita diretamente com o dono do poder e dos recursos e não mais com as 14 empresas de papel sediadas em paraísos fiscais. Timótheo afirmou que o acordo melhora também as garantias da operação que, antes, "eram péssimas".