Voyager envia informações do espaço depois de 26 anos de viagem

05/09/2003 - 18h15

Brasília, 5/9/2003 (Agência Brasil - ABr) - Um dos equipamentos espaciais que mais contribuiu para estudos e descobertas astronômicas, a Voyager 1 completa, hoje, 26 anos em órbita. A nave é o objeto feito pelo homem que está mais distante no espaço. Numa distância 85 vezes superior ao trecho que separa o Sol da Terra, a Voyager 1 ainda envia sinais diários de suas atividades, o que surpreende a equipe que a controla.

A gêmea Voyager 2, que realiza o mesmo trabalho, também está ativa. Localizada a 68 vezes a distância entre o Sol e a Terra, a Voyager 2 foi lançada poucos dias antes, em agosto de 1977, e percorreu dois planetas a mais que a Voyager 1, Urano e Netuno. Os outros dois planetas que tiveram seus mistérios desvendados pelas naves gêmeas foram Júpiter e Saturno. A viagem das naves gêmeas deveria durar quatro anos, de acordo com previsões iniciais, embora suas fontes de energia estivessem programadas para esgotar só em 2020.

Atualmente, as espaçonaves estudam a grande bolha formada ao redor do Sol pela ação do vento solar, pois acredita-se que a pressão do meio interestelar pode influenciar o clima terrestre. A bolha tem uma borda, a heliopausa, onde a pressão do vento estelar é equilibrada pela pressão do vento do meio interestelar. A localização da heliopausa depende do nível de atividade das manchas solares e varia com a pressão do vento interestelar. Estimativas dão conta de que a Voyager 1 pode levar de sete a 21 anos para chegar até à heliopausa.

Mesmo que não concluam mais esta missão, as naves Voyager 1 e 2 cumpriram seu papel, na opinião dos integrantes da equipe da agência espacial norte-americana, Nasa. Os técnicos acompanham o desempenho das duas naves desde o Laboratório de Propulsão da Nasa, em Pasadena, Califórnia. Entre as descobertas das Voyager estão os vulcões ativos de lo, os ventos rápidos de Netuno, as irregularidades dos anéis de Saturno, as tempestades gigantescas da atmosfera de Júpiter, a extensão da atmosfera de Titan (satélite de Saturno) e os gêiseres ativos de Triton (uma das luas de Netuno). Depois que suas fontes de energia estiverem esgotadas, as naves gêmeas ficarão vagando pelo espaço interestelar, levando a bordo informações visuais e sonoras sobre a Terra e sua civilização.

Com informações da revista eletrônica VivaCiência