Rio, 5/9/2003 (Agência Brasil - ABr) - Os países do Mercosul e a África do Sul devem manter uma estratégia conjunta na reunião ministerial da Organização Mundial de Comércio (OMC), na próxima semana, em Cancún, no México. A informação foi dada pelo ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, logo após o almoço de trabalho que teve com os chanceleres da Argentina, Rafael Bielsa, do Paraguai, Leila Rachid, o representante do Uruguai, embaixador Juan José Real e o ministro do Comércio e Indústria da África do Sul, Alec Erwin, no Palácio Itamaraty, no Rio de Janeiro.
Segundo ele, o assunto tomou grande parte das discussões durante o encontro, bem como a necessidade de manter unido o G-20 e a importância de acentuar que a agricultura é o centro da negociação na OMC.
O ministro afirmou que os setores protecionistas costumam dizer que esses países querem o impossível, o que, para ele, não é verdade. "Até porque a nossa proposta como de resto a dos europeus, não tem números, apenas, ela é uma equação que pode ser preenchida com números favoráveis enquanto a deles não pode", explicou.
Ele defendeu ainda que a organização dos trabalhos em Cancún, onde será realizada a Conferência Ministerial, "se faça de tal maneira que se não houver avanço em agricultura não faz sentido ter avanço no resto, porque são as moedas de troca que nós dispomos, não que não estejamos contra ter avanço no resto. Nós queremos que tenha avanço em tudo, mas primeiro em agricultura".
O ministro informou que as negociações entre os países do Mercosul e a África do Sul para firmar uma área de livre comércio entre os dois blocos também foi discutido. Ele explicou que até agora as negociações se restringiam mais a uma base setorial, e que, agora, o que se pretende é ter uma abordagem mais ampla, que permita progressos mais rápidos no conjunto do comércio, sem desprezar o que já foi definido, como, por exemplo, a área automotiva.
Celso Amorim disse que no final de setembro, em Montevidéu, no Uruguai, haverá um encontro de altos funcionários do Mercosul e da União Aduaneira do Sul da África, liderada pela África do Sul, para prosseguir as negociações.