Meirelles se diz otimista com redução da taxa de risco-Brasil

05/09/2003 - 12h09

Brasília, 5/9/2003 (Agência Brasil - ABr) - O elevado patamar da taxa de risco-Brasil, em relação a outros países emergentes, "é um dos maiores entraves ao desenvolvimento da economia; e nosso caminho para o futuro passa pela redução da taxa", que ontem (4) encerrou cotada em 660 pontos pelo J.P.Morgan.

A constatação é do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, que discursou ontem à noite na abertura de encontro da Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi), que se realiza em Salvador (BA).

O Brasil, disse Meirelles, tem risco elevado por causa de erros heterodoxos do passado, que "não vamos repetir", como controles cambiais, tabelamentos de preços e tablitas. O presidente do BC disse estar otimista, porém, quanto às perspectivas de redução do risco-Brasil, como resultado da "adoção de políticas fiscais e monetárias consistentes, que assegurem a sustentabilidade intemporal das contas internas e externas".

No auge da crise econômica, no segundo semestre do ano passado, lembrou, o risco-Brasil chegou a 2.400 pontos. Hoje, com oito meses de Governo Lula, a aplicação determinada de controles fiscais e monetários puxou o patamar da taxa de risco para menos de 700 pontos.

Isso significa, de acordo com Meirelles, perspectivas de redução do custo de financiamento, o que vai refletir em crédito para estimular o investimento. O processo de ajuste das finanças públicas, acrescentou, permitirá que as necessidades de financiamento corrente do setor público pesem menos sobre a poupança privada, o que deverá gerar "enorme impulso" para o setor produtivo da economia.