Amorim afirma que Agricultura dará o tom da reunião de Cancun

05/09/2003 - 8h55

Brasília, 5/9/2003 (Agência Brasil - ABr) - O sucesso da conferência interministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC), que acontece em Cancun (México), na próxima semana, vai depender dos avanços na área agrícola. A afirmação é do ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, que participou ontem de audiência pública na Câmara sobre a proposta brasileira que será levada ao fórum, na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional.

Segundo o ministro, o Brasil adotou uma posição firme de condicionar os avanços das demais áreas aos da área agrícola. Amorim afirmou que o Brasil não vai baixar o nível de ambição, mesmo que seja necessário alargar os prazos. Ele garantiu que o País vai insistir no fim dos subsídios norte americanos e europeus às exportações.
Esses subsídios são benefícios dados pelos países aos produtores locais para dificultar a entrada de produtos de outros países, como a isenção de impostos ou sobretaxas para os importados.

Aliança
Celso Amorim também anunciou que o Brasil fez uma aliança com países agrícolas exportadores e que estão em desenvolvimento, como a China e a Índia, para pressionar a OMC pelo fim dos subsídios.

Apesar dessa coalizão, o chanceler prevê muita pressão nas discussões na área agrícola e está certo de que os avanços vão depender da capacidade de negociação dos brasileiros.
O deputado Antônio Carlos Pannunzio (PSDB-SP) espera que essa aliança possa trazer bons resultados para o Brasil. "Espero que a adoção de uma estratégia e uma política em comum com esses países, pelo potencial que eles hoje significam, nos dê força maior. Não para obtermos tudo o que queremos, mas se conseguirmos evoluir um pouco já teremos um ganho para seguir negociando", ponderou.

Os deputados também pediram o fim das barreiras tarifárias para produtos brasileiros, como o suco de laranja e o aço, que pagam um alto preço para entrar no mercado internacional.

As informações são da Agência Câmara