Rio, 2/9/2003 (Agência Brasil - ABr) - Relatório da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) revela a preocupação da entidade com a falta de investimentos no setor em relação ao início de novas obras e reconhece que o suprimento de energia elétrica está garantido até 2005. Porém, os empresários temem que novo apagão se instale no país em 2006 e 2007, a exemplo de 2001. De acordo com a Firjan, os motivos para o risco de apagão seriam aumento do consumo e falta de chuva.

O ex-ministro das Minas e Energia e membro do Conselho Empresarial de Energia da Firjan, Mauro Thibau, apresentou hoje à imprensa o relatório "Atualidade do Setor Elétrico Nacional", entregue à ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff.

"Das 40 obras que estão licitadas, apenas 10 ou 12 começaram", afirmou Thibau.

Outra preocupação demonstrada no documento é quanto ao novo modelo que vem sendo desenvolvido pelo governo para o setor. Segundo Mauro Thibau, a parte institucional está bem feita, porém "coloca o setor elétrico muito inserido na estrutura de governo e pouco dependente do mercado de capitais. Como o governo está sem dinheiro para investimento neste período próximo, pelo que o orçamento de 2004 revela, há necessidade de captar recursos no mercado de capitais’.

Para o ex-ministro, o pool de energia (homogeneização na distribuição), uma das metas do governo para o setor, resultaria em aumento de 6% no custo da energia para o Nordeste, 4% para Minas Gerais e a diminuição de apenas 1% para o Rio de Janeiro e São Paulo.

Mauro Thibau acrescentou, no entanto, que existe uma grande vantagem no planejamento de longo prazo proposto pelo governo para todo o setor energético e não apenas elétrico.
Outro ponto positivo, segundo ele, é a "revalorização do Ministério de Minas e Energia, com recuperação de prestígio e autoridade".

A Firjan colocou seu grupo de Acompanhamento do Setor Elétrico à disposição do Ministério de Minas e Energia para discutir o tema.