Brasília, 29/8/2003 (Agência Brasil – ABr) – No último trimestre, a economia já estará aquecida, para entrar em 2004 com um crescimento bem delineado. A previsão é do ministro do Planejamento, Guido Mantega, em entrevista nesta manhã ao programa programa "Bom Dia Brasil", da TV Globo. O Orçamento Geral da União para o próximo ano, apresentado ontem (28), é considerado "perfeitamente exeqüível" pelo ministro, com um aumento de R$ 41 bilhões na receita.
Mantega destacou como um termômetro desse aquecimento da economia o crescimento nas atividades dos setores de eletroeletrônicos e de embalagens, onde a demanda já é cerca de 10% maior. "Quando eles começam a vender mais, eles compram mais embalagens", explicou.
Sobre o programa "Fome Zero", o ministro rebateu a afirmação do senador Artur Virgílio (PSDB-AM), de que teria sido "esvaziado" no Orçamento. "Isto é um equívoco", disse, lembrando que "o governo criou um grande programa de transferência de renda, que uniu o programa Fome Zero ao de combate à desnutrição e outros, e soma R$ 5,350 bilhões, maior do que em 2002 e 2003". A unificação desses programas, acrescentou, é uma forma de fazer com que os recursos cheguem às famílias necessitadas.
A destinação de mais recursos ao Ministério da Integração Nacional se deve ao projeto de revitalização do Rio São Francisco, explicou Mantega. "O presidente Lula quer implantar esse grande projeto para resolver o problema da falta de água em 11 Estados, criando áreas de irrigação, e os recursos são para o início do projeto, que levará quatro anos até completar a sua primeira fase", acrescentou.
O ministro comentou que a CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) e a alíquota máxima de 27,5% no Imposto de Renda "não deixarão de ser aprovadas pelo Congresso Nacional, e portanto está praticamente assegurada a receita para a execução do Orçamento de 2004".
E sobre a declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao programa, quando candidato, de que "o que falta para o Brasil nesses últimos anos é planejamento", Mantega afirmou que "estamos reintroduzindo o planejamento no País, pensando o País a longo prazo, coordenando as ações do governo e do setor privado".
O ministro destacou ainda que na segunda-feira (1º/9) será apresentado o Plano Plurianual 2004-2007, que "dirá à iniciativa privada para qual direção o País vai, quais construções vamos desenvolver, a fim de que ela também planeje seus investimentos".