Gabriela Guerreiro e Luciana Vasconcelos
Repórteres da Agência Brasil
Brasília - O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, rebateu as críticas de que o governo vai retardar o processo que investiga o desaparecimento dos guerrilheiros do Araguaia. Ontem, a Advocacia-Geral da União (AGU) recorreu na 1ª vara da Justiça Federal do Distrito Federal contra a sentença judicial que obriga a União a abrir os documentos relativos à guerrilha. O recurso do governo foi contra a parte da sentença que dá às famílias o direito de procurar documentos nos arquivos do Exército.
Thomaz Bastos argumentou que a decisão foi técnica e garante o direito dos familiares de obterem todas as informações relativas ao caso. "A União reconheceu nas suas razões de apelação duas coisas muito importantes: que os familiares têm direito de terem todas as informações, de procurarem os corpos de seus familiares, e de terem os dados necessários à extração da certidão de óbito. E segundo, que a União tem o dever pela Lei 1.940 de tomar todas as providências necessárias, ajudar na concepção desse objetivo. E a União vai fazer isso", garantiu.
Segundo o ministro, o recurso deve ter sido solicitado pela AGU por falta de informações no processo inicial. "Não é recurso que vá atrasar coisa nenhuma. O governo vai tomar uma série de providências que estão em estudo", afirmou Thomaz Bastos.
Ele garantiu que há grande interesse por parte do governo em colaborar para a solução do caso. "A decisão que foi tomada, segundo entendimento da AGU. O governo vai trabalhar no sentido de reunir todas as informações e vai tomar providências que serão anunciadas brevemente. O objetivo do governo é desvendar as histórias, atender ao sofrimento, às angústias do familiares", explicou
28/08/2003