Brasília, 28/8/2003 (Agência Brasil - ABr) - Encontro promovido pela Secretaria Especial dos Direitos da Mulher e Ministério da Saúde reuniu em Brasília especialistas para discutir o Planejamento Familiar no país.
A média mundial de filhos por mulher no mundo é de 2,1. O Brasil apresenta um nível de fertilidade um pouco maior: 2,3 filhos em média por mulher. Países desenvolvidos apresentam números diferentes: a Espanha tem 1,3 filhos em média por mulher; a Itália, 1,4, os EUA, 2. Já mulheres de países miseráveis, como na África, têm, em média, 5 filhos.
Mas a tendência de inflexão nos índices de fertilidade não é homogênea. Na Europa, há mais de 100 anos os nascimentos registram queda. No final do século XIX, a França já pensava em controle populacional.
Na América Latina e Brasil apenas a partir da década de 60 as mulheres passaram a ter menos filhos. Isso pelo fato de ter sido introduzido nesta região a pílula, um método contraceptivo reversível. A não utilização do método constrói um cenário inverso em países islâmicos do Oriente Médio, onde a religião, no caso o Islamismo, proíbe a prática. Nestes Estados, uma mulher tem em média 5 filhos.
No Brasil, o quadro de fertilidade alterou-se bastante na última década. É isso o que afirma Suzana Cavenagh, pesquisadora da Universidade de Campinas. De acordo com ela, mulheres de baixa renda passaram a ter menos filhos no decorrer da década de 90. Em relação às diferentes faixas etárias, também ocorreram mudanças: a fertilidade entre jovens de 16 a 19 anos aumentou, enquanto entre mulheres com idade mais avançada, entre 25 e 40 anos, diminuiu.
A representante do Ministério da Saúde no encontro, Maria José de Oliveira, falou que o Brasil defende a liberdade de uma mulher escolher quantos filhos deseja ter, o que é um pressuposto constitucional. Segundo ela, quando a opção é evitar a gravidez é mais indicada a utilização de métodos contraceptivos reversíveis, como a pílula. Isso porque é alto o índice de arrependimento entre mulheres que optam pela laqueadura das trompas, método que só pode ser revertido em 50% dos casos.
Paulo La Salvia