São Luís, 24/8/2003 (Agência Brasil - ABr) - A comissão de investigação instalada pelo Comando do Estado Maior da Aeronáutica para apurar o acidente com o VLS-1 na tarde de sexta-feira (22), na Base de Lançamento de Alcântara (MA), vai concentrar boa parte de seu tabalho na determinação dos fatores e dos motivos que causaram o incêndio na base do primeiro estágio do foguete e sua conseqüente destruição. De todo modo, o major-brigadeiro Tiago da Silva Ribeiro - coordenador da operação de lançamento do VLS-1 - disse que "não houve erro técnico da equipe do Centro Técnico da Aeronáutica (CTA)".
Para ele, se fosse cometido um erro grosseiro, "as respostas para esclarecer o acidente seriam rápidas". O brigadeiro disse que a análise dos filmes e das fotos da operação no momento do incêndio certamente ajudarão a determinar o motivo da chamas que se propagaram em questão de segundos, provocando a queda da torre de lançamento, em função do calor de até três mil graus gerados no momento.
A operação desenvolvida pelos técnicos no momento do acidente também não era de risco, segundo Tiago Ribeiro. "Se fosse", disse ele, "não haveria tantas pessoas no local naquele instante". Ele reforçou ainda que a equipe do CTA era altamente qualificada e não cometeria uma falha tão primária.
Quanto à possibilidade de ondas eletromagnéticas terem gerado as correntes que causaram as chamas nos tanques de combustível do primeiro estágio, Tiago Ribeiro acha que é reduzida. Ele explicou que todo lançamento de foguetes no mundo todo é acompanhado do monitoramento dessas ondas. "Não só como medida de segurança, mas também para que se possa estudar uma possível falha de comunicação entre o Centro de Controle e os equipamentos a bordo do foguete".
O rastreio magnético permitiu detectar, no último lançamento do VLS-1, em 99, que se descobrisse a falha nos propulsores do foguete. O segundo protótipo chegou a ser lançado, mas foi destruído três minutos depois, caindo na Baía de São Marcos.
Ubirajara Júnior