Brasília, 22/8/2003 (Agência Brasil - ABr) - O presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), Luiz Beviláqcua, participava agora à tarde de uma entrevista coletiva sobre o acordo espacial com a Ucrânia quando foi surpreendido pela notícia da explosão em solo do terceiro protótipo do Veículo Lançador de Satélites (VLS-1). O foguete passava pelos últimos testes desde ontem e seu lançamento estava previsto para ocorrer a partir de 2ª feira (25) no Centro de Lançamento de Alcântara (Cla), no Maranhão.
Perguntado sobre o acidente Beviláqcua inicialmente desdenhou a informação confirmada minutos depois por um assessor. O Comando da Aeronáutica divulgou nota oficial confirmando a ocorrência do acidente por volta das 13h30 e informando que não há registro de vítimas ou danos a instalações fora da área do centro de lançamentos. A assessoria de imprensa da AEB informou que o coordenador geral da operação, brigadeiro Tiago Ribeiro, concederá entrevista coletiva ainda hoje, em São Luís, para explicar as causas do acidente.
A terceira campanha de lançamento do VLS-1 (são necessários quatro lançamento para a homologação do protótipo, segundo normas internacionais), denominada Operação São Luis, começou em 1º de julho com planejamento para durar até 60 dias, tempo necessário para transportar as partes do lançador de São José dos Campos (SP), realizar a montagem, integração, testes, treinamento da equipes e o lançamento do veículo. Na 4ª feira (20) foi feita a primeira contagem simulada do lançamento para testar a sequência da operação, cronologia, procedimentos e equipamentos do Cla.
Entre civis e militares, estavam envolvidos na operação 80 funcionários do Cla, 110 do Centro Técnico da Aeronáutica (CTA), nove do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), cinco da Universidade do Norte do Paraná (Unopar) e 31 do Centro de Lançamento Barreira do Inferno (CLBI). Na 4ª feira, Ribeiro disse que o clima entre as equipes era de otimismo, "ao contrário do que ocorreu nos testes anteriores, até agora não houve necessidade de fazer qualquer intervenção no veículo, nos equipamentos e nos satélites que irão compor a carga útil do VLS", disse ele. (Com informações da AEB)