Remanescentes de quilombos vão receber alfabetização e Fome Zero

22/08/2003 - 17h21

Brasília, 22/8/2003 (Agência Brasil - ABr) - As comunidades negras do Brasil são o próximo alvo dos programas sociais do governo federal. O ministro da Segurança Alimentar e Combate a Fome, José Graziano, e o diretor executivo da Fundação Banco do Brasil, Almir Paraca, assinaram hoje convênios com a Fundação Quilombo dos Palmares para gerar emprego e renda, além de permitir a alfabetização de afrodescendentes. O evento fez parte das comemorações dos 15 anos da Palmares, na sede da entidade, em Brasília.

As comunidades quilombolas vão receber apoio para seu desenvolvimento econômico e social. Além de um programa de segurança alimentar, o convênio prevê a criação de um banco de dados para cadastrar as comunidades, que, em geral, não possuem documentos básicos, como a certidão de nascimento.

Um cartão magnético, guardado por um representante eleito da comunidade, vai armazenar informações das famílias quilombolas. O programa emergencial de segurança alimentar será implementado por meio do Cartão Alimentação, quando os técnicos constatarem que há acesso adequado à rede de abastecimento. Em caso contrário, serão distribuídos alimentos – a lista deve ser definida em conjunto com a comunidade. " Essa é a proposta de inclusão social do ministério. É uma forma de resgatar a tradição cultural do país, promover o desenvolvimento dessas comunidades e pagar a dívida histórica com os afrodescendentes", afirmou o ministro Graziano na solenidade.

A Fundação Banco do Brasil também firmou compromisso com a Fundação Palmares para ajudar na erradicação do analfabetismo em todo o território nacional. O Banco do Brasil já desenvolve programa nesse sentido há 11 anos. Mas, a prioridade agora serão as comunidades quilombolas. O projeto piloto de alfabetização das comunidades vai ser desenvolvido nos estados de Pernambuco e Minas Gerais. "Estamos com a meta ousada de alfabetizar 120 mil pessoas dessas comunidades em um ano", disse o diretor-executivo da fundação Almir Paraca. A Palmares já obteve o reconhecimento oficial de 150 comunidades remanescentes de quilombos, mas estima que elas podem chegar a 2 mil em todo o país.

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