Powell: Vieira de Mello era um "soldado da paz"

22/08/2003 - 10h13

Brasília, 22/08/2003(Agência Brasil-ABr/ONU) - O secretário de Estado norte-americano, Colin Powell, lamentou a morte do representante das Nações Unidas no Iraque, Sérgio Vieira de Mello, e elogiou o trabalho que vinha sendo feito pelo diplomata brasileiro, qualificando-o como um "soldado da paz". Ele comentou o atentado de Bagdá, depois de encontro com o secretário-Geral da ONU, Kofi Annan, nessa quinta-feira, em Nova York.

"Ele era um soldado. Um soldado pela causa da paz e sinto por sua família, pelo povo brasileiro, que ficou consternado com a notícia de sua morte."

Direitos Humanos: agenda era ampla para Vieira de Mello

Sérgio Vieira de Mello estava há quatro meses afastado de seu posto como Alto Comissário para Direitos Humanos em Genebra. Mas, buscava assegurar que a agenda do Alto Comissariado mantivesse o compromisso com os direitos básicos da população no seu sentido mais amplo. O direito à saúde era um tema a ser trabalhado com maior especificidade para Vieira de Mello.

O coordenador para a Departamento de Gerontologia da Organização Mundial da Saúde, em Genebra, Alexandre Kalache, disse que no seu último encontro com o Alto Comissário conversaram sobre a questão da saúde como direito fundamental da pessoa, com enfoque na questão dos maltratos aos idosos. " O abuso infringe os direitos fundamentais das pessoas idosas que tanta vezes são excluídas", disse Kalache, assegurando que Vieira de Mello de imediato captou a importância, a dimensão do problema e se prontificou a discutir e a trabalhar nessa direção.

Timor Leste: perda irreparável para a jovem nação

No Timor Leste, onde o Vieira de Mello participou do governo de transição da ONU, depois do fim da ocupação indonésia, "o governo acolheu com profunda tristeza a notícia da morte de Sérgio Vieira de Mello", disse o embaixador timorense junto à ONU, José Luis Guterres.

Ele lembrou que mesmo depois de terminada a missão em Dili, Vieira de Mello sempre se mostrou particularmente interessado pelo Timor Leste. "Como Alto Comissário das Nações Unidas para Direitos Humanos estava sempre preocupado em ajudar a encontrar soluções para os problemas de violações dos direitos humanos. O povo timorense tem grande admiração e respeito pelo trabalho que ele desenvolveu", frisou.

Vieira de Mello era amigo pessoal do presidente Xanana Gusmão, do ministro Ramos Horta e do próprio embaixador Guterres.