Brasília, 20/8/2003 (Agência Brasil - ABr) - O PDT decidiu insistir na fixação de um teto único para o serviço público estadual na reforma da Previdência. A mudança será apresentada formalmente na próxima semana, durante a votação do segundo turno da reforma. A decisão de romper com o acordo fechado entre os líderes dos partidos durante o primeiro turno foi anunciada pelo vice-líder do PDT na Câmara, Alceu Collares (RS), depois de várias reuniões, hoje à tarde, com os colegas de bancada. A idéia de romper com o acordo foi do presidente nacional do partido, Leonel Brizola, que enviou carta ao líder, Neiva Moreira (MA), na qual afirmava que a posição do PDT era pela defesa de um subteto único.
"Por que quebrou o acordo? Porque é um absurdo muito grande! Quem elaborou a redação não tem a menor noção técnica do que se passa nos estados", disse Collares. O destaque vai defender a extinção de subtetos diferenciados para o Executivo e o Legislativo estaduais que, segundo a proposta, teriam como teto o salário do governador e do presidente da Assembléia Estadual. Os pedetistas querem que seja fixado um subteto único para os estados, semelhante ao fixado para o Judiciário estadual – de 90, 25% do salário do Supremo Tribunal Federal. "Criaram a figura esdrúxula dos vários subtetos. Foi um erro grosseiro, uma agressão à Constituição Federal", disse. Na segunda-feira (25), a Executiva Nacional do PDT realiza reunião, no Rio de Janeiro, para orientar todos os parlamentares a apoiar a decisão da liderança.
Os líderes da base aliada ficaram insatisfeitos com o rompimento do acordo. O vice-líder do governo na Câmara, deputado Professor Luizinho (PT-SP), garantiu que o destaque não representa nenhum perigo para a tramitação da reforma, porque o governo tem voto para derrubar o destaque. "O governo vai manter o subteto como está", afirmou. Luizinho, no entanto, criticou os pedetistas por romperem um acordo público em nome da defesa de "interesses de uma pequena parcela da população".
Além do PDT, alguns parlamentares do PFL decidiram apresentar destaques individuais no segundo turno da reforma da Previdência, mas mesmo que apresentados, tais destaques não preocupam o governo porque são votados – e derrubados – em bloco.