Dourados (MS), 20/8/2003 (Agência Brasil - ABr) - O cacique da aldeia Jaguapiru, Getúlio de Oliveira, e o índio Guarani Gonçalo de Souza, agradeceram há pouco a presença da Justiça Trabalhista itinerante, que realizou hoje a primeira audiência trabalhista em uma aldeia indígena. "Venho buscar meu direito de cidadão", disse Gonçalo de Souza, que não conseguiu acordo com a empresa em que trabalhou, mas a prorrogação do prazo até dia 10 de setembro. "Desejo fazer um acordo coerente, por isso aguardo os meus direitos com esperança, com a certeza de que o brasileiro não vai mais ser indignado, principalmente o índio", acrescentou.

O ministro Lélio Bentes representou o Tribunal Superior do Trabalho, ao lado do titular da 2ª Vara da Justiça do Trabalho em Dourados, Francisco das Chagas Lima Filho. No município, 60% das ações ajuizadas são de indígenas e anteriormente eles eram levados clandestinamente para trabalhar em usinas de açúcar e álcool. O índio Gonçalo, por exemplo, trabalhou dos 11 aos 18 anos e reivindica seus direitos, explicou o juiz.