Brasília, 20/8/2003 (Agência Brasil - ABr) - Em meio a toda pressão para mudanças, o relatório da reforma tributária deve ser aprovado amanhã na Comissão Especial sem grandes alterações. Segundo o líder do Governo na Câmara, deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), mesmo que haja pequenas modificações no texto, o governo buscará negociar com a base aliada e a oposição para levar a discussão dos pontos polêmicos para o plenário da Câmara.
Ainda não há um consenso entre os líderes. Para o presidente do PL, deputado Valdemar Costa (PL-SP), a proposta ainda não está madura. "Se o governo não atuar com firmeza nós não votamos a reforma tributária", ameaçou. Valdemar se reuniu pela manhã com o ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, e sugeriu que o governo apresentasse apenas os pontos que fossem mais urgentes. "Não podemos fazer uma reforma como esta do dia para noite", argumentou.
Já para o líder do PSB, deputado Beto Albuquerque (PSB-RS), o mais importante é a garantia do cumprimento do calendário. E para que isso ocorra, sugeriu pequenas alterações. "Nós queremos melhorar o projeto. O texto como está não dá para ir à pauta amanhã", disse. Para o líder não é uma boa estratégia deixar as alterações para o plenário. "Se forem acertados pequenos problemas do texto original podemos conseguir que alguns parlamentares da oposição se incorporem à base aliada, e assim se possa fazer uma votação tranqüila", afirmou.
Nesse ponto o líder do PL concorda com Abuquerque. Valdemar Costa Neto argumenta que se a discussão dos pontos polêmicos for levada ao plenário, ficará mais difícil a aprovação da reforma. Segundo ele, no plenário o governo pode conseguir definir os pontos polêmicos mas não tem garantia de voto e são necessários 308 para a aprovação.