Brasília, 19/08/2003 (Agência Brasil-ABr) - Todas as crianças com menos de cinco anos devem ser levadas a um posto de vacinação no próximo sábado (23), quando será realizada a segunda etapa da Campanha Nacional de Imunização contra a poliomielite. Cerca de 17 milhões de crianças vão recebendo mais uma dose da vacina Sabin e com isto estarão protegidas contra a paralisia infantil.
O Secretário Nacional de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa, informou que a criança deve ser vacinada mesmo que esteja com tosse, gripe, coriza, rinite ou diarréia. "As únicas contra-indicações são algumas doenças mais graves relacionadas a deficiências do sistema imunológico da criança, que deve ser conversado com o médico pediatra. Mas se a família tiver
dúvidas, deve procurar o posto no sábado e conversar com a equipe de vacinação, que estará bem informada para orientar se a criança pode ou não tomar a vacina".
Mesmo que o cartão de vacinação esteja em dia, a criança deve receber mais uma dose da Sabin, porque segundo o secretário, a campanha é realizada num único dia para disseminar o poliovírus no meio-ambiente. Ao receberem a gotinha da vacina, as crianças começam a eliminar pelas fezes, nos dias seguintes, o poliovírus vacinal que será espalhado pelos córregos, canais, rios, igarapés e fossas, impedindo que se algum viajante ou turista trouxer o vírus que causa a paralisia infantil, este tenha condições de se propagar. "Esse efeito de proteção só é dado quando se vacina todas as crianças no mesmo dia, e foi assim que o Brasil conseguiu vencer a guerra contra a poliomielite", explicou Jarbas Barbosa.
No Brasil não há registro da paralisia infantil há 14 anos. O último caso ocorreu em junho de 1989 no município de Sousa, na Paraíba. Mas é preciso continuar a vacinação porque a doença ainda ocorre em sete países com os quais o Brasil tem intercâmbio: Afeganistão, Egito, Índia, Níger, Nigéria, Paquistão e Somália. A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera que além dessas áreas, alguns países são de alto risco para a reintrodução da poliomielite, como Angola, Bangladesh, República Democrática do Congo, Etiópia, Nepal e Sudão.