Brasília, 19/8/2003 (Agência Brasil - ABr) - É irreal acreditar que os subsídios agrícolas concedidos pelos Estados Unidos e pela União Europeia possam ser extintos a curto prazo, afirmou hoje o chanceler polonês Wlodzimierz Cimoszewicz, em Brasília.
Ele ressaltou, no entanto, que a Polônia apóia as mudanças na política agrícola, em discussão no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC), e disse acreditar que elas poderão ser realizadas no longo prazo. "Mesmo porque dar subsídios a todos os atuais países componentes da União Européia e ainda àqueles que irão integrar a partir do próximo ano vai custar muito caro", afirmou.
Cimoszevicz admitiu que a continuidade da concessão de subsídio agrícola poderá beneficiar a agricultura de seu país. "Se os produtos dos nossos agricultores receberem o mesmo que a produção dos fazendeiros franceses, isso nos beneficiará", disse. A Polônia é um dos dez novos países integrantes da União Européia a partir de maio do próximo ano.
O chanceler polonês afirmou, contudo, que seria melhor para a Europa concentrar seus esforços e recursos em ciência e tecnologia, explorando suas vocações naturais, e que em muitos casos isso pode ser feito em parcerias. Como exemplo, ele citou a indústria da pesca como um setor em que Brasil e Polônia, juntos, produziriam muito mais. "Temos toda a tecnologia de pesca e um mar, o Báltico, a ser compartilhado por muitos países. O Brasil tem uma imensa área marítima e pouca experiência na produção pesqueira", salientou.