Universo caminha para a escuridão com a morte de estrelas

18/08/2003 - 13h39

Brasília, 18/8/2003 (Agência Brasil - ABr) - Cada vez menos estrelas são formadas; elas podem desaparecer. Os astrônomos confirmaram por meio de um novo método de análise uma das histórias mais tristes do universo: um dia, todas as estrelas vão deixar de brilhar no céu. À medida que estrelas antigas morrem, outras nascem. Porém, por bilhões de anos a taxa de formação de estrelas tem estado em declínio.

Segundo estimativas recentes, há dez vezes mais estrelas visíveis que todos os grãos de areia da Terra. A boa notícia é que elas ainda devem durar muito tempo. Um dia, entretanto, o universo cairá na escuridão. "Levará milhares de milhões de anos até que tenhamos grandes mudanças no céu noturno", afirma Alan Heavens, da Universidade de Edinburgo, na Alemanha. "O universo continuará para sempre. Até onde sabemos, porém, uma hora todas as estrelas sumirão e ele se tornará um lugar muito frio e escuro", enfatiza ele.

Há muitos anos é sabido que a taxa de formação de estrelas tem diminuído. Isso foi estimado ao se observar galáxias distantes. A luz dessas galáxias levou milhares de milhões de anos para chegar à Terra, dando-nos uma imagem de como elas eram quando jovens. O professor Heavens e outros pesquisadores utilizaram dados do Sloan Digital Sky Survey, um dos projetos de pesquisa astronômica mais ambiciosos da história, em busca de uma visão mais completa sobre a história da formação das estrelas.

Com essa finalidade, analisaram a luz de estrelas de cerca de 40 mil galáxias. As galáxias brilham com a somatória da luz de todas as estrelas que as compõem. Estrelas velhas costumam emitir uma luz vermelha, enquanto as mais novas são azul brilhante. Os astrônomos analisaram o espectro de luz usando um novo método de compressão que os possibilita lidar com a enorme quantidade de informação.

Isso confirma também o que já se sabia antes: que o período de apogeu de formação de estrelas ocorreu há cerca de 6 bilhões de anos, quando nasceu o nosso Sol. (BBC Brasil)