Sem-terra vão permanecer no acampamento de São Gabriel

18/08/2003 - 14h28

Porto Alegre, 18/8/2003 (Agência Brasil - ABr) - Os sem-terra vão permanecer no acampamento instalado em São Gabriel, na fronteira oeste do Rio Grande do Sul, até que todos os trabalhadores sejam assentados. Segundo Argentino Jaconi, um dos líderes do grupo, hoje começou a ser analisada a estrutura do local, para verificar as necessidades do acampamento permanente. Ele disse que os colonos esperam que o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) faça uma nova vistoria das propriedades da família Southall, o mais breve possível.

No fim de semana, a coordenação estadual do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) aumentou o acampamento, instalado em uma área de 6 hectares pertencente a Antônio Carlos Pinto. Desde sábado, estão acampados no local cerca de 2 mil sem-terra. Além dos 800 que marcharam rumo a São Gabriel, as famílias que estavam acampadas em Capão do Leão e Santana do Livramento também foram deslocadas para lá.

"Fincamos uma cunha na terra do latifúndio", disse Justino Vieira, um dos líderes do MST no Rio Grande do Sul. O dono da terra disse, porém, que pretende amparar os sem-terra durante 30 dias no máximo e que depois eles terão que arranjar outro lugar para ficar. O grupo iniciou a estruturação do acampamento no sábado, depois do ato público em defesa da reforma agrária convocado pela Central Única dos Trabalhadores (CUT-RS).