Ruralistas gaúchos decidem manter mobilização

18/08/2003 - 14h34

Porto Alegre, 18/8/2003 (Agência Brasil - ABr) - Os produtores rurais de São Gabriel (RS) não vão adotar segurança particular nas propriedades por causa do acampamento dos sem-terra na cidade. Segundo o presidente do sindicato rural do município, localizado na fronteira oeste do Rio Grande do Sul, José Francisco Costa, os colonos continuarão a ser acompanhados pelos fazendeiros, mas a forma ainda não foi definida. Ele explicou que está começando o período de preparo das lavouras para o plantio da safra de verão, o que exige freqüência constante dos produtores nas propriedades e requer nova estratégia de acompanhamento dos sem-terra.

No fim de semana, centenas de ruralistas de várias regiões do Estado que participaram de ato para manifestar a inconformidade com os rumos e os resultados da reforma agrária no país, em São Gabriel, reafirmaram que seguirão mobilizados na defesa do direito à propriedade. Os fazendeiros distribuíram nota em que desafiam o governo federal a apresentar novo modelo de reforma agrária à sociedade.

No manifesto, eles também acusaram o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) de produzir milhares de minifúndios improdutivos sustentados pelos impostos do povo e gerando intranqüilidade no campo.

O presidente da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Carlos Sperotto, reiterou que as ações do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) não irão proliferar no Estado. Ele disse que os produtores rurais mantêm uma posição firme e, por isso, não há propriedades invadidas. O ato culminou com a celebração de missa campal e queima de fogos.