A milhas da estagnação

17/08/2003 - 9h54

Brasília, 17/8/2003 (Agência Brasil - ABr) - Todo ano empresários do setor atacadista se reúnem para apresentar novidades, colocar na ponta do lápis os ganhos comerciais e, acima de tudo, traçar planos para o futuro. Neste ano, foi a vez de Brasília sediar a maior feira do segmento, que cresceu 11% em 2002 e faturou R$ 52,8 bilhões. A pujança desse negócio se refletiu na ocupação dos hotéis da capital do país. Estima-se que nos quatro dias do encontro, nove em cada dez quartos contaram com hóspedes. Nem mesmo na posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva se viu tamanho alvoroço. " Esse foi o maior evento do setor", disse Paulo Hermínio Permacchi, presidente da Associação Brasileira de Empresas Atacadistas e Distribuidores (Abad).

Os corredores do pavilhão que abrigou a convenção atacadista corresponderam à lotação dos hotéis. Cerca de 20 mil pessoas conheceram métodos e produtos de 200 expositores. Para a preparação da convenção foram gastos R$ 3 milhões e 1,5 mil pessoas arrumaram trabalho por um curto período de tempo. Os investimentos, entretanto, têm retorno, garantem os atacadistas. O presidente do Sindivarejista de Brasília aposta que os participantes consigam incrementar as vendas, graças à feira, em no mínimo 20%.

A diretora de marketing da Phytoderm, empresa de cosméticos, Elizabeth Vilaça, engrossa o coro dos otimistas. Lembra que em função da participação no ano passado, as vendas cresceram 30%. Já para os próximos 12 meses devem aumentar em 50%.

Não foram só os atacadistas, entretanto, que coloriram o evento. Paralelamente foi realizada a 6ª Sweet Brasil International, maior exposição de chocolates, doces e confeitos com a presença de 58 expositores. O entusiasmo em relação ao evento teve como premissa os últimos números do setor. Somente no primeiro semestre deste ano, as exportações cresceram 31%. A fama da feira ultrapassou até mesmo as fronteiras brasileiras: 12 importadores representantes de 20 mil lojas de varejo norte-americanas vieram conferir as oportunidades comerciais.

O diretor da fábrica Florestal de balas e chocolates, instalada no Rio Grande do Sul, acredita que esse intercâmbio é altamente favorável. Suas projeções, ao menos, não deixam margens para dúvidas. A empresa gaúcha espera engordar o caixa com R$ 60 milhões e chegar a um faturamento de R$ 150 milhões, ou seja, um crescimento de 66%.

O vice-presidente da República, José Alencar, elogiou a realização da feira e, sobretudo, a logística dos atacadistas e produtores de doces, que conseguem chegar a quase todas as lojas de varejo do país.

Andréia Oliveira