Fecomércio-RJ acredita que vendas no segundo semestre serão melhores do que no primeiro

13/08/2003 - 19h08

Rio, 13 (Agência Brasil – Abr) – A queda dos juros registrada nas duas últimas reuniões do Copom e a liberação de quase R$ 8 bilhões, por conta da redução do compulsório, melhoram as perspectivas do comércio para o restante do semestre. A opinião é do presidente da Federação do Comércio do Estado (Fecomércio-RJ), Orlando Diniz.

Para ele, no entanto, os números mostram que a situação está "de tal forma deteriorada" que apenas com um aprofundamento no corte das taxas de juros o setor poderá fechar o ano com manutenção do faturamento real nos mesmos níveis que os registrados em 2002, "que já não foi um ano muito bom", enfatizou. "Nós, da Fecomércio-RJ, estamos com expectativa em relação à próxima reunião do Copom, na semana que vem, e esperamos que os números que mostram a inflação sob controle e o setor real da economia mergulhando na recessão possam sensibilizar os formuladores da política monetária a serem mais agressivos na redução das taxas de juros", finalizou.

Já para o coordenador de Pesquisas da Fecomércio, Paulo Brück, as recentes decisões tomadas pelo governo, ao reduzir as taxas de juros, devem começar a trazer o consumidor "gradativamente" de volta ao varejo, uma vez que a decisão reduz a pressão sobre o endividamento já assumido.

Brück disse que a Fecomércio ainda não tem como mensurar esta reversão da expectativa do consumidor, mas lembra, por exemplo, o reaquecimento que vem acontecendo no setor automobilístico, a partir da decisão do governo de reduzir o valor cobrado a título de Imposto sobre Produto Industrializado (IPI).

"Uma nova queda nas taxas de juros, na reunião do Copom da próxima semana, poderá, inclusive, induzir os comerciantes a desengavetar projetos que o aperto monetário, a queda da massa salarial e a alta da inflação - seguida da retração ainda maior do consumo – levaram para o fundo da gaveta. Voltando a investir na economia real, o empresário estará gerando emprego e aumentando a massa salarial", afirma Brück. Salientou, ainda, que o pagamento da primeira parcela do 13º salário e o fechamento de alguns acordos coletivos de trabalho que estão recompondo a perda salarial decorrente da alta da inflação incitam uma melhora da perspectiva.

Os comentários dos dirigentes da Fecomércio foram feitos após a divulgação dos dados de julho, que apontam queda de 5,57% no faturamento do comércio do Rio de Janeiro, no sétimo resultado negativo consecutivo.

Com o resultado de julho, o comércio fecha os sete primeiros meses de 2003 com uma retração de negativo de 6,97% e recuo de 4,35% no acumulado dos últimos 12 meses (a taxa anualizada).

Em julho, o destaque negativo foi o ramo do comércio automotivo, cuja retração chegou a 14,07% na comparação com julho de 2002. Já o único grupo a apresentar resultado positivo foi o de bens não duráveis (alta de 0,90% sobre julho de 2002), em que se encontra o ramo de supermercados e hipermercados.