Eletrobrás tem prejuízo de R$ 1,77 bi no primeiro semestre

13/08/2003 - 15h54

Rio, 13/8/2003 (Agência Brasil - ABr) – A Eletrobrás teve prejuízo de R$ 1,77 bilhão no primeiro semestre deste ano. O presidente da empresa, Luís Pinguelli Rosa, atribuiu o prejuízo registrado pela "holding" à valorização do real frente ao dólar.

Segundo ele, como a Eletrobrás é credora em dólar de dívidas de empresas do setor, no total de R$ 40 bilhões, dos quais R$ 20 bilhões devidos por Itaipu, quando esse valor em dólar cai em relação ao real, a estatal passa a ter menos dinheiro. Isso significa que o montante a receber em dólar pela Eletrobrás diminuiu, mas o caixa da empresa não foi abalado e até melhorou, avaliou Pinguelli. No primeiro semestre do ano passado, a Eletrobrás teve lucro de R$ 649 milhões.

Pinguelli afirmou que a Eletrobrás é uma empresa sólida. Ele disse que o investimento previsto para este ano, de R$ 3,2 bilhões, será totalmente realizado, além do superávit primário de R$ 1 bilhão mais R$ 500 milhões dos fundos da União administrados pela "holding". Com isto, destacou, a estatal vai contribuir para que o governo atinja a meta de superávit primário de 4,25% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano.

A expectativa inicial de investimentos do grupo em 2003, de R$ 3,8 bilhões, foi revista em maio para R$ 2,5 bilhões, sofrendo em junho nova reprogramação para o montante de R$ 3,2 bilhões, que inclui a expansão da usina de Tucuruí. A meta, contudo, segundo Pinguelli, é atingir R$ 3,5 bilhões de investimentos este ano.

Pinguelli salientou que a Eletrobrás continuará investindo recursos próprios devido à situação desfavorável do setor elétrico. Ele afirmou, entretanto, que a estatal "não é Papai Noel". "Ela está ajudando o país a crescer mas, para fazer o seu dever, tem de ser remunerada através de tarifas", frisou.

Ele esclareceu que a Eletrobrás está discutindo com contratantes privados, como a El Paso, e com o governo federal, representado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Com o governo a questão é a tarifa da Eletronuclear. Pinguelli acrescentou que, na discussão sobre o novo modelo energético, a posição do grupo Eletrobrás é de que é preciso remunerar a empresa "Não podemos tomar prejuízo porque depois isto vai deteriorar o parque instalado", concluiu.