Brasília, 12/8/2003 (Agência Brasil – ABr) - Cientistas, pesquisadores, ecologistas e ambientalistas de várias nacionalidades estão reunidos em Brasília para debater políticas públicas voltadas para o desenvolvimento sustentável do Brasil e colher subsídios para a 1ª Conferência Nacional do Meio Ambiente, que acontecerá de 28 a 30 de novembro próximo.
A primeira edição do seminário "Diálogos para um Brasil Sustentável" foi aberta hoje de manhã pela ministra do meio Ambiente, Marina Silva. Em seu discurso, ela destacou a importância do controle social e da participação das mais diferentes competências para que o país possa enfrentar o desafio do desenvolvimento sustentável.
Esta é a primeira vez que especialistas de várias partes do mundo formam uma rede internacional de cooperação para auxiliar na elaboração de políticas e no desenvolvimento de projetos tecologicamente sustentáveis de um país. "Estamos trilhando um novo caminho e mobilizando todos os setores da sociedade para um diálogo franco e construtivo", afirmou a ministra, ressaltando que todas as contribuições, demandas e expectativas da sociedade brasileira serão efetivamente inscritas nas ações do novo governo.
Segundo a ministra, os seminários preparatórios e a Conferência Nacional são sinais claros de que o governo está aberto para receber e ofertar soluções para o desenvolvimento do país. "Esse esforço é uma sinalização clara que queremos que as políticas tenham a contribuição e o controle da sociedade, para que esse sonho possa ser uma realidade".
Coordenador da Rede Internacional de Cooperação, o físico e teórico de sistemas Fritjof Capra, ressaltou que desenvolvimento sustentável e justiça social são duas faces da mesma moeda e que o gerenciamento ecológico deve estar atento a essa interface de ações. "O Brasil é o único país do mundo que pode mudar o paradigma do planeta com políticas públicas voltadas para a sustentabilidade. Estamos aqui para cooperar com o governo Lula no desenvolvimento de projetos ecologicamente sustentáveis", afirmou Capra, que também é fundador do Centro para Ecoalfabetização da Califórnia.
Para o diretor do programa Brasil Sustentável e Democrático, Jean Pierre Leroy, o seminário iniciado hoje é mais um passo do esforço internacional para o desenvolvimento sustentável do Brasil. "A idéia é unirmos inteligências, ações e movimentos organizados de foram que possamos catalizar nossas forças. Ninguém deve achar que pode mudar sozinho".
O painel Agroecologia - alimentos para a vida, foi o tema do primeiro debate do dia. O painelista Miguel Altiere falou sobre a importância da implementação de uma estratégia de desenvolvimento agro-ecológico para os agricultores familiares no Brasil, um setor que ocupa 30% do total de terras cultiváveis do país. Segundo o professor de agro-ecologia e entomologia da Universidade da Califórnia, dar um novo foco à agricultura familiar é um desafio histórico que pode quebrar o círculo vicioso da fome no Brasil.