Paris, França, 12/8/2003 (Agência Brasil-ABr/CNN) -- Pelo menos 100 pessoas já morreram, nos últimos oito dias, em Paris e arredores, em consequência da onda de calor que afeta a maioria dos países europeus. Pelo menos 50 mortes aconteceram nos últimos quatro dias.
"Nós não estamos nem um pouquinho preparados para essa catástrofe porque ela é histórica",disse Patrick Pelloux, da associação francesa dos médicos de emergência, que não poupou críticas ao governo por caracterizar as mortes como naturais.
"Essa é a primeira vez que nós estamos sendo confrontados com um número tão grande de internações de pacientes por causa das altas temperaturas", insistiu Pelloux.
Os médicos têm alertado que mais pessoas irão morrer a menos que o governo reconheça que existe uma crise.
O Ministério da Saúde, em resposta às críticas ao governo, disse, nessa segunda-feira, que não está havendo aumento expressivo de casos de emergência, mesmo que um número maior de pessoas idosas estejam sendo admitidas nos hospitais. Para o governo, ainda não está claro se a onda de calor é responsável pelas mortes.
Mas os médicos franceses insistem que a onda de calor é pior do que a que aconteceu na cidade de Chicago, nos Estados Unidos, em 1995, quando mais de 700 pessoas morreram em consequência de doenças relacionadas com o calor.
"Em Chicago, por três dias seguidos, a temperatura atingiu os 37 graus celsius(98.6 Fahrenheit). Aqui, em Paris, nós temos temperaturas alcançando os 40 C (104 F) ou mais por quase 10 dias", argumentou Pelloux.
Os médicos admitem que não se trata de um problema apenas parisiense, mas argumentam que as cidades do sul da França, por exemplo, estão mais bem equipadas para lidar com a onda de calor.