Brasília, 12/8/2003 (Agência Brasil - ABr) - A Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) recebeu positivamente a redução da alíquota dos depósitos compulsórios sobre depósitos à vista, de 60% para 45%, decidida no último dia 8 pelo Banco Central. De acordo com o economista chefe da Febraban, Roberto Luiz Troster, a medida vai representar um impacto positivo na economia, pois acarretará aumento da oferta de crédito e da liquidez bancária, o que contribuirá para a redução do custo do dinheiro para o tomador. Segundo ele, antes da adoção da medida, a cada R$ 100,00 que os bancos recebiam, apenas R$ 5,00 podiam ser emprestados livremente, com a redução esse valor subiu para R$ 20,00.
O economista explicou ainda que as taxas de juros cobradas pelos bancos nas diferentes modalidades de operações já vêm sendo reduzidas desde maio. A medida adotada pelo Banco Central vai acentuar essa tendência de redução das taxas e, com isso, estimular maior demanda de crédito para o consumo e investimento. O impacto será positivo para a economia, na forma de estímulo à produção, ampliação da oferta de emprego e conseqüente elevação da renda.
Roberto Troster espera ainda para este ano um início de reaquecimento da economia e, para o próximo, um crescimento de mais de 3%. "Um bom resultado se tomarmos como base os últimos dois anos, mas um resultado medíocre se levarmos em conta o potencial que Brasil tem", afirmou.
Segundo ele, a redução do compulsório é uma medida eficiente, contudo, é necessário que outras ações sejam implementadas para que a economia brasileira possa ter dias mais positivos. "Não podemos viver com o sistema financeiro asfixiado dessa maneira. Esses 15% deram um pouco mais de ar para a nossa economia, mas não é o suficiente", disse Roberto Troster.
Para o economista, é fundamental que também haja uma reação no que se refere à questão tributária. "À medida que cai a taxa de juros básica da economia, a parcela de impostos aumenta, isso tem que ser corrigido", finalizou.