Vendas de carros estão ligadas à questão da renda, não a problemas de preço, diz Furlan

11/08/2003 - 11h48

São Paulo, 11/8/2003 (Agência Brasil - ABr) - O ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, disse, durante seminário sobre Exportaçôes Automotivas, que se um setor se sustenta apenas com taxa de câmbio e incentivo fiscal, alguma coisa está errada. Considera a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) uma medida "paliativa" para o setor. "A redução do IPI é importante para ativar a desova de estoque. Eu acho que é um problema estrutural, uma capacidade instalada maior que a demanda. Essa demanda não cresce, por problemas de preço, mas está ligada à questão de renda, mecanismos de financiamento e taxas de juro", disse. Lembrou, ainda, que as exportações têm se fortalecido nos últimos meses.

O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores(Anfavea), Ricardo Carvalho, salientou que um setor com capacidade produtiva de 3,2 milhões de automóveis, que vendeu no ano passado 1,4 milhões de unidades e que trabalha com a estimativa de vendas entre 1,3 e 1,2 milhão de veículos este ano, está em crise de fato. Apresentou em relação ao IPI a mesma opinião de Furlan. Acredita que a redução do IPI é temporária e serve como uma ponte para até se chegar a uma situação de conjuntura econômica melhor. O acordo termina em novembro e, para Carvalho, a situação está mais favorável em razão da possível redução de juros, dos incentivos ao acesso ao crédito e da recente redução do Depósito Compulsório. Ele lembra que 70% das vendas de veículos dependem de financiamento.