Encontro do Mercosul discute qualidade de vida do idoso

11/08/2003 - 14h11

Brasília, 11/8/2003 (Agência Brasil - ABr) - O Brasil será, até 2025, o sexto país mais velho do mundo com população de cerca de 34 milhões de idosos, de acordo com projeção do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Atualmente, existem aproximadamente 15 milhões de pessoas com mais de 60 anos no Brasil.

Para discutir formas de aumentar a qualidade de vida do idoso, o governo brasileiro, por meio da Secretaria Especial de Direitos Humanos, em parceria com a organização não-governamental Instituto de Desenvolvimento Sustentável (IDS), promove até quinta-feira o III Encontro do Mercosul Sobre a Terceira Idade (Mercoseti).

Além de representantes dos países do Mercosul, a terceira edição do evento reúne, em Brasília, participantes da Colômbia , Portugal, Chile e Espanha, que tratarão de temas como direitos humanos, saúde, mercado de trabalho, maus-tratos e participação social do idoso.

Na abertura do encontro, a ministra da Assistência e Promoção Social, Benedita da Silva, afirmou que viabilizar o envelhecimento com dignidade e justiça é prioridade para o Governo Federal. Segundo ela, o objetivo da Política Nacional do Idoso, que será coordenada pela sua pasta, é acabar com o preconceito, a negligência, a discriminação e a exclusão de pessoas dessa faixa etária.

Benedita da Silva informou que foi constituída uma comissão de interlocutores de 18 ministérios para levantar as ações governamentais voltadas para a terceira idade. "É a única forma de racionalizar recursos e evitar a superposição de programas. Os programas fragmentados não foram capazes ainda de dar total segurança e cobertura a essa demanda que temos hoje dentro da terceira idade", observou.

Benedita também destacou que está regulamentando o Programa Nacional de Cuidadores de Idosos, para capacitar profissionais que cuidam de pessoas da terceira idade.

Já a ministra Emília Fernandes, da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, disse que é fundamental a criação de uma cultura de valorização do idoso e que é preciso romper o silêncio em relação à violência praticada contra as pessoas da terceira idade. "A violência contra os idosos apresenta-se através de variadas formas: abuso físico, psicológico, sexual, financeiro, abandono, negligência, manifestações que têm causado um elevado índice de mortalidade", salientou a ministra, ao defender a aprovação do Estatuto do Idoso, que tramita no Congresso Nacional.

A violação dos direitos dos idosos é um problema que atinge o mundo todo, conforme lembrou a vice-presidente da entidade Argentina, Avós da Praça de Maio, Rosi Roisinblit, que dará palestra sobre direitos humanos. Para ela, a troca de experiências entre representantes de oito países é um dos pontos positivos do evento. A organização que Rosi representa foi fundada em 1977, época do regime militar na Argentina, por mães de desaparecidos políticos que queriam localizar seus netos, que foram seqüestrados. Desde então, a entidade já descobriu o paradeiro de 75 dessas pessoas.
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