Servidores garantem que se governo não fizer concessões na reforma, greve continuará

08/08/2003 - 12h05

Brasília, 8/8/2003 (Agência Brasil - ABr) - Representantes de servidores públicos voltaram a pedir hoje ao ministro da Previdência Social, Ricardo Social, Ricardo Berzoini, a retirada do projeto de reforma da Previdência do Congresso Nacional. Eles afirmam que se o governo não fizer concessões à categoria, a greve continuará. Os servidores criticam, principalmente, a taxação dos inativos e o aumento da idade para aposentadoria em sete anos. Berzoini recebeu representantes da Federação Nacional dos Sindicatos de Trabalhadores da Saúde, Trabalho, Previdência (Fenasps) e da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Seguridade Social (CNTSS).

A greve dos servidores públicos completa um mês. Logo mais, às 14 horas, no Teatro Dulcina, uma comissão vai se reunir para discutir o andamento da greve. Será a primeira plenária nacional pós-greve.

Outra reivindicação que preocupa tanto servidores da Fenasps quanto da CNTSS é o não pagamento, por parte do governo, do Plano de Carreira, Cargos e Salários (PCCS), gratificação concedida aos servidores a partir de 1987. Segundo a presidente da CNTSS, Denise Mota Dalva, esse benefício nunca foi regulamentado, desde que foi instaurado. Ela alega que existem servidores que recebem o benefício e outros não, o que consiste em injustiça social.

Denise Dalva informou que o governo já mostrou-se interessado em fazer o pagamento do PCCS atrasado, mas há divergências com a categoria em relação ao prazo de pagamento e ao valor do benefício. Segundo ela, o governo só pretende quitar essa dívida em 2006, enquanto servidores reivindicam o pagamento imediato. Hoje, a dívida é de cerca de R$ 196 milhões ao ano, informou Denise. Na próxima semana (terça ou quarta-feira), a categoria reúne-se novamente com o ministro da Previdência para tratar da questão. "Se o governo não negociar, vamos promover uma greve semelhante à de 2001, que teve como principal motivo o não pagamento do benefício, afirmou o secretário da organização da Fenasps, Henrique Martini.

Sobre a reforma da Previdência, Henrique Martini disse que não é justo o governo elevar o aumento do subteto de juízes estaduais e não conceder nenhum benefício para os servidores públicos. Esta semana, foi aprovado, em plenário, dispositivo que define aumento do subteto para o Judiciário estadual em 90,25% do salário do ministro do Supremo Tribunal Federal. Na proposta original do governo, o subteto era de de 75%.