Brasília, 8/8/2003 (Agência Brasil - ABr) - Atletas brasileiros que disputam os Jogos Pan-Americanos de Santo Domingo, na República Dominicana, sonham conquistar uma melha para dedicar ao pai no próximo domingo (10), dia dos pais.O atacante Felipe Perrone, da equipe brasileira de pólo aquático, é exemplo de uma família de atletas. Felipe tem 17 anos e faz parte da seleção brasileira desde os 15. Seu irmão Kiko, de 26 anos, hoje joga na Espanha e foi durante muito tempo o melhor jogador brasileiro no pólo. Como se não bastasse, a irmã Roberta integrou a seleção brasileira de natação em várias competições, tendo sido recordista sul-americana dos 200m costas. Não há segredo do sucesso dos Perrone dentro da água. Todos seguem a linhagem do pai, Ricardo.
O patriarca dos Perrone integrou a seleção brasileira de pólo aquático de 1971 a 1979 e continuou jogando em clubes até que seus filhos estivessem encaminhados no esporte. O auge desta integração foi no ano 2000, quando o pai, com 50 anos, e os dois filhos homens conquistaram o título carioca e brasileiro de pólo aquático jogando pelo Vasco.
O maior incentivo dado pelo pai foi o exemplo de amor ao esporte, nunca a pressão para que os filhos seguissem sua atividade. "Nunca tivemos nenhuma pressão. Meu pai sempre disse que o que importa é a nossa felicidade, independente do que a gente escolhesse para fazer", conta Felipe.
Até agora, Felipe e a equipe brasileira já jogaram seis vezes no Pan de Santo Domingo, vencendo cinco e perdendo uma partida. A final da competição é domingo, no dia dos pais. O Brasil ainda tem que ganhar a semifinal para garantir a vaga na decisão, mas Felipe sabe que o pai não vai lamentar sua ausência. "Ele vai ficar muito orgulhoso do filho estar disputando uma medalha nos dias dos pais. Se Deus quiser, a medalha virá e vou dedicar a meu pai", disse Felipe, que nas horas vagas adora surfar junto do pai e do irmão.
Às vezes, a saudade é tão grande que a família não se separa nem em competições importantes. É o caso da família Veloso. Juliana, que já conquistou a medalha de prata na plataforma 10m dos saltos ornamentais em Santo Domingo, contou com a torcida dos pais, ex-saltadores, que chegaram a Santo Domingo no dia da prova e foram direto para o Parque Aquático. "Ela é a melhor saltadora da família, eu sou tiete dela. Chegamos em cima da hora, mas valeu o sacrifício", disse Júlio, o pai da atleta, que participou dos Jogos Pan-Americanos de 1967 (Winnipeg) e 1971 (Cáli). A correria valeu a pena. Julio se emocionou muito com a filha medalhista.
É certo que os filhos querem homenagear os pais em seu dia, mas o oposto também ocorre. O judoca Henrique Guimarães é um exemplo. Henrique quer ganhar uma medalha para levar para os filhos Diego, de 5 anos, e Leonardo, de um. "O Diego já está entendendo como é uma competição. Ele está pedindo para os amiguinhos rezarem para que eu ganhe uma medalha para dar a ele", disse Henrique, que neste ano vai perder a festa de dia dos pais na escola do filho. "Independentemente da reza dos amiguinhos, vou fazer de tudo para levar uma medalha para o Diego", conta o medalhista de bronze nos Jogos Olímpicos de Atlanta, em 96.