São Paulo, 8/8/2003 (Agência Brasil - ABr) - A redução do depósito compulsório dos bancos foi uma medida necessária, mas não suficiente para fazer a economia andar. A opinião é do presidente da Associação dos Analistas Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais de são Paulo (Apimec-SP), Milton Luiz Milioni. Para ele, é necessária uma queda maior da Taxa Básica de Juros, a Selic, "decisão que já deveria ter sido tomada há quatro ou cinco meses". Milione considera que a política de manter os juros altos com a queda da demanda por bens e serviços provoca a diminuição da oferta, porque as empresas não estão investindo, daí porque o Banco Central deveria ser mais ousado.
O presidente da Associação Brasileira de Bancos (ABBC), André Jafferian Neto, se disse mais cético quanto à possibilidade de a medida acarretar significativo aumento para o crédito de pessoas físicas e jurídicas, estimulando o comércio e as atividades produtivas. Ele acredita que o efeito poderá ser, praticamente, neutro, com boa parte dos recursos sendo canalizada para negociações de títulos públicos. Jafferian defendeu reivindicação encaminhada ao Banco Central há cerca de dois meses, visando à redução sobre os depósitos a prazo. Segundo ele, esta ação traria benefícios às 170 instituições da rede bancária, pulverizando recursos, ao mesmo tempo em que aumentaria a capacidade de injetar dinheiro para a tomada de empréstimos.