Wagner diz que governo não deve se balizar pelo humor do mercado

05/08/2003 - 10h46

Brasília, 5/8/2003 (Agência Brasil - ABr) - O ministro do Trabalho, Jaques Wagner, disse há pouco, que as reações do mercado - como a que ocorreu ontem com a alta do dólar e do risco Brasil - nem sempre são legítimas. "Eu não sou obrigado, o tempo todo, a me balizar pela reação do mercado. Se não ele fica absoluto e eu sou contra o mercado absoluto", afirmou.

Segundo Jaques Wagner, o governo está atento às reações do mercado, mas a preocupação principal é com a construção de uma política econômica que garanta o crescimento e a geração de empregos. Sobre as divergências em relação à reforma da Previdência, o ministro disse que toda mudança provoca reação. "Tem gente que só vai entender a profundidade da reforma da Previdência em três ou quatro anos. Nem todo mundo tem visão a longo prazo", afirmou.

Ao chegar a uma reunião entre prefeitos e governadores do PT para debater a proposta de reforma da Previdência, o ministro classificou como normais as posições contrárias à proposta do governo por parte de alguns parlamentares do partido. De acordo com Jaques Wagner, o diálogo e as divegências são esperadas, "mas o partido tem que votar unido". Segundo o ministro, neste início de governo pode "haver trincas" e o PT poderá até perder parlamentares. "Mas eu acho que isso é processo normal de maturação do partido", disse o ministro.