Porto Alegre, 05/08/2003 (Agência Brasil-ABr) - A polícia civil gaúcha abriu inquérito para identificar integrantes de um grupo de manifestantes punks e homossexuais que queimaram a bandeira do Brasil no último domingo (03), em protesto contra a intolerância sexual e racial.

O protesto aconteceu no Parque Farroupilha, zona central de Porto Alegre, quando gays e punks desfilavam portando cartazes alusivos à parada gay e contra o racismo denunciado pela imprensa contra um suposto grupo neonazista existente no Estado. Um dos punks pintou com spray a suástica (símbolo nazista) na bandeira, segurada por outros manifestantes, e ateou fogo. Houve tumulto e muitos protestos de parte de cerca de 100 pessoas que passeavam pelo parque. Quatro policiais militares que estavam no local decidiram não interferir e foram alvo de críticas e ofensas.

O episódio foi filmado e fotografado e a polícia civil abriu inquérito para identificar os autores do ato de desrespeito à Bandeira Nacional. As imagens foram requisitadas, testemunhas serão ouvidas e, segundo o delegado Paulo César Jardim, a identificação dos autores não deverá ser difícil. Ele só não sabe ainda qual será o enquadramento dos manifestantes explicando que ,"a legislação não é clara porque dois decretos existentes foram revogados.Um abordava o assunto como contravenção e outro era enquadrado sob o aspecto de crime. Com isso, o que temos é um ato atípico que precisa ser melhor estudado".