CNI defende queda rápida do empréstimo compulsório para reativar a economia

05/08/2003 - 19h53

Brasília, 5/8/2003 (Agência Brasil - ABr) - O presidente da Confederação Nacional da Indústria, o deputado Armando Monteiro Neto (PTB-PE) apresentou hoje propostas que julga necessárias para reativar a economia e reverter a crise no setor industrial. Estas medidas foram formuladas durante o Fórum Nacional da Indústria, realizado pela manhã. "Reverter o quadro recessivo é tão importante quanto foi impedir o descontrole da inflação", disse.

Entre as sugestões, Monteiro Neto defendeu a aceleração da queda da taxa Selic, a redução imediata das alíquotas dos depósitos compulsórios dos bancos ao mesmo valor cobrado em julho de 2002 e a redução da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP). "Essas medidas devem ser tomadas o mais rápido possível, principalmente a questão dos compulsórios", enalteceu o presidente.

Para viabilizar o reaquecimento da economia, os industriais propõem uso de fundos disponíveis, como o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) e recursos da Contribuição sobre o Domínio Econômico (CIDE), além da definição de marcos regulatórios nos setores de energia elétrica e saneamento básico.

Monteiro Neto cobrou do governo um posicionamento claro. Para ele, declarações contraditórias, como as que ocorreram no começo do ano no setor de telefonia, em que o governo defendia a manutenção dos contratos e algumas decisões judiciais iam no caminho contrário, não podem acontecer. "O Brasil precisa de confiança e para isso precisa de regras claras para atrair investimentos", disse.

Para o presidente da CNI, o governo está agindo com excesso de cautela, ao protelar a baixa nos juros, o que tem custado, segundo ele, a perda de confiança dos empresários brasileiros. Segundo dados da CNI, em julho deste ano o índice de confiabilidade do empresário industrial apresentou-se próximo ao pessimismo.

Segundo o vice- presidente da CNI, Francisco Renan Proença, faltou sensibilidade do governo para incentivar o mercado interno com a diminuição dos juros. "Tinha espaço para cair a taxa Selic antes. Começou uma disputa que tinha que baixar juros, mas que não podiam andar pelos rumores do mercado e nessa briga quem pagou foi a sociedade", criticou.