Vaticano considera apoiar a produção de trangênicos

04/08/2003 - 19h28

Brasília, 4/8/2003 (Agência Brasil - ABr) - O Vaticano acaba de fazer pública sua posição quanto ao uso de sementes geneticamente modificadas para o combate à fome e a desnutrição.

Em comunicado oficial, autoridades do Conselho Pontifício de Justiça e Paz, afirmaram que estão elaborando um documento que deverá ser apresentado durante o encontro de ministros da Agricultura dos países da União Européia para debater o valor e o uso dos transgênicos. A justificativa é que estes alimentos poderiam solucionar o problema da fome no mundo.

Uma das maiores críticas que o uso de sementes geneticamente modificadas tem suscitado por parte de Organizações não-Governamentais é que estas sementes são esterilizadas. O que significa que os agricultores devem comprar novas sementes cada ano, pagando aos detentores das patentes: as multinacionais americanas, como a Monsanto.

Quem defende a produção desses alimentos argumenta que os trangênicos poderiam acabar com a fome e a desnutrição. Já integrantes de movimentos sociais e especialistas que lutam pela proibição desse tipo de produção, a atitude do Vaticano é resultado do poderoso lobby das farmacêuticas americanas que estão disseminando estas noções para cada vez mais atores políticos.

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, quando participou dos debates da Comissão para o Desenvolvimento Sustentável, em abril passado, na sede da ONU em Nova York, afirmou que a posição do governo brasileiro é avaliar a questão sob todos os ângulos.

"O Brasil ratificou a Convenção da Biodiversidade e nós estamos alinhados ao princípio da precaução. Não temos certeza quanto aos problemas que poderão advir dos organismos geneticamente modificados em relação à nossa biodiversidade. Estamos apenas fazendo aquilo que qualquer país faria, sendo cautelosos", afirma a ministra.