Brasília, 4/8/2003 (Agência Brasil - ABr) - Mesmo com a decisão da Fundação Ruben Berta (FRB) de aprovar os termos da fusão das empresas aéreas Varig e TAM, o presidente da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero), Carlos Wilson, atribuiu hoje a responsabilidade do impasse na operação aos integrantes da controladora do capital da Varig. De acordo com Carlos Wilson, falta discernimento à Fundação para aprovar de forma integral os termos da fusão. "O que pega é a falta de bom senso daqueles que querem garantir privilégios que levaram a Varig a enfrentar essa situação", enfatizou, destacando que "aqueles que quebraram a Varig" querem continuar dirigindo a empresa.

O presidente da Infraero calcula em mais de R$ 1,2 bilhão os prejuízos da empresa com as dívidas das companhias aéreas. Para Wilson, além de solucionar o problema da Infraero, a fusão vai ajudar a recuperar a crise instalada no setor aéreo nacional. "Seria importante que existisse o bom senso da necessidade da manutenção da Varig, uma empresa que tem 75 anos de existência, que é uma bandeira reconhecida internacionalmente. Essa protelação de 200, ou de 300, ou de 400 funcionários que estão se sentindo prejudicados com a possível fusão Varig-TAM pode comprometer o emprego de 15 mil", ressaltou Wilson.

Na opinião do presidente da Infraero, os entraves na negociação podem inviabilizar de uma vez por todas a fusão. "Cada dia que passa, fica mais difícil você acertar uma fusão entre TAM e Varig", resumiu, acrescentando, em tom mais otimista, que acha "que sai". "Nós temos que entender que esse pequeno grupo está criando dificuldades para manter facilidades".

Wilson foi recebido na tarde de hoje pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto, mas a fusão Varig-TAM não foi tema do encontro. O presidente da Infraero veio entregar a doação de R$ 327 mil ao programa Fome Zero, valor arrecadado pelos funcionários da empresa durante as comemorações dos 30 anos da Infraero.